A Quinta Pedras de Baixo era uma unidade de produção agrícola, inserida entre os campos de cultivo. Além do vinho verde, colhia-se o milho, o centeio e o trigo, cultivava-se o linho e uma panóplia de produtos hortícolas. Criavam-se animais domésticos, que ajudavam no sustento da família dos caseiros (os atuais tiveram onze...), filhos dos caseiros anteriores. Trata-se de uma construção típica das quintas minhotas, com as lojas (adegas e anexos agrícolas) e cortes do gado no piso térreo e a habitação (cozinha, salas, quartos e banhos) no piso superior. Os materiais são os da região, com destaque para o granito (pedra amarela), as madeiras (estruturas de vigas, barrotes e caibros) de carvalho ou castanho, o ferro e o vidro.

Chamo-me Fernando Cardoso e sou o proprietário da Quinta Pedras de Baixo. Nasci ao lado desta propriedade, na Quinta das Pedras de Cima, unidade agrícola de proprietários abastados, na família há várias gerações (sec. XVIII). Aqui nasceu em 1 de Agosto de 1856 um meu antepassado ilustre (tio-bisavô) chamado Manuel Dias da Silva. Padre licenciado em Direito, foi para Coimbra como lente catedrático em fins do sec. XIX, onde se doutorou em 19 de Julho de 1887. A par das actividades docentes e científicas, Manuel Dias da Silva foi provedor da Misericórdia de Coimbra nos anos 1891 e 1892. Na viragem do século, era ele o Presidente da Câmara Municipal de Coimbra, cargo que exerceu em dois mandatos, entre 1899 e 1904, facto que viria a levar a respetiva Câmara a nomear a rua mais emblemática (e longa, com cerca de 2Km) da urbe (rua da Sofia) como Av. Dr. Dias da Silva. O anfitrião é licenciado em arquitetura pela Univ Lusíada (Famalicão), tendo frequentado os 4 primeiros anos na Faculdade de Arquitetura da Univ do Porto. Foi ainda professor de Ed Visual no ensino oficial e particular, é músico (tocador de concertina e cavaquinho no grupo "Caminhos da Romaria", com 3 CD's editados).

A Quinta Pedras de Baixo fica numa zona verde, com os campos de cultivo à volta, o que torna a envolvente profundamente rural. Pode-se passear nos ancestrais caminhos rurais (a 500 metros passa um Caminho de Santiago que ligava Guimarães a Braga, com calçada romana), subir à montanha, fruir de vistas fantásticas! Na Quinta pode-se assistir a alguns trabalhos agrícolas como as vindimas, a apanha do milho, as desfolhadas, semear as batatas, cuidar da horta, atividades em que os visitantes podem participar. Perto da Quinta pode-se visitar a Citânia de Briteiros (cidade com 2.000 pessoas há 2.000 anos atrás), as Caldas das Taipas (bela vila termal), a Falperra, o Sameiro e o Bom Jesus, este último Património da Humanidade da UNESCO desde 2019), e as cidades de Guimarães (Património Mundial) e Braga (Bracara Augusta, a Roma portuguesa, capital do barroco). Apesar de a Quinta pertencer a Guimarães, cidade da qual dista 12 Km, fica mais perto de Braga, a cerca de 7 Km. Por se situar no centro do Minho, é possível visitar com facilidade cidades e vilas próximas como Barcelos, Viana do Castelo, Ponte do Lima ou Amarante, ou o Parque Nacional do Gerês, o único Parque Nacional no país!